Já só em 1982, passado quase um ano, é que Walesa foi libertado e a lei marcial suspensa. O Solidariedade, contudo, permaneceu proibido. Apesar de todas as restições, Lech pôde agir de forma mais ou menos livre, com certeza devido à sua popularidade tanto dentro do país como no estrangeiro. Em 1983, com medo que pudessem vir a impedi-lo de regressar à Polónia, decidiu não ir pessoalmente a Estocolmo receber o Prémio Nobel da Paz que lhe havia sido atribuído, enviando em vez disso a sua mulher Danuta, com quem se casara em 1968, que o representou.
Através da introdução de reformas económicas dirigidas à economia de mercado, o Governo polaco tentou trazer a população para o seu lado. No entanto, uma vez que o princípio da condução e direcção centralizada da economia se mantinha, os efeitos dessas medidas não se fizeram sentir.
Em Abril de 1988, depois de terem ocorrido novamente greves e de se exigir a legalização do sindicato Solidariedade, o Governo acedeu em empreender conversações. Voltou a ser autorizada a existência de sindicatos livres, os salários foram aumentados e o sistema político sujeito a reformas. A censura foi abolida e o acesso da oposição aos meios de comunicação social possibilitado. Também a independência da justiça foi reforçada.
As eleições "semi-livres" que haviam sido objecto de negociações nas conversações e que foram realizadas a 4 de Junho de 1989 revelaram-se um importante triunfo para o Solidariedade, que ganhou noventa e nove dos cem lugares possíveis do parlamento, bem como ainda todos os cento e sessenta e um lugares da Câmara Baixa do Parlamento. O primeiro Governo não-comunista, sob a chefia de Tadeusz Mazowiecki, um conselheiro próximo de Walesa e do Solidariedade, veio a transformar o sistema político polaco de modo radical. A Polónia tornou-se um Estado de direito democrático, baseado nos princípios da soberania popular, da divisão de poderes e da independência da justiça.
Em 1990, Lech Walesa foi eleito Presidente da República da Polónia.