domingo, 31 de janeiro de 2010

As conferências de paz


A partir de 1942, quando se começaram a aperceber de que o desenvolvimento da guerra verificou uma reviravolta, os Aliados (EUA, França, Inglaterra e URSS) deram início a várias cimeiras, com o intuito de delinear estratégias de guerra e de preparar a paz.
Entre 4 e 11 de Fevereiro de 1945, Roosevelt, Estaline e Churchill reuniram-se em Ialta, com o objectivo de estabelecerem as regras que deviam sustentar a nova ordem internacional do pós-guerra. Mesmo apresentando divergências que os opunham, os três estadistas conseguiram chegar a um acordo no que toca a algumas questões importantes. Em ambiente de cooperação, cordialidade e confiança, definiram-se as fronteiras da Polónia, ponto de discórdia entre os ocidentais - que não esqueciam ter sido a violação das fronteiras polacas a causa imediata de guerra - e os soviéticos - que não desistiam de ocupar a parte oriental do país; estabeleceu-se a divisão provisória da Alemanha em quatro áreas de ocupação, geridas pelas três potências conferencistas e pela França, sob coordenação de um Conselho Aliado; decidiu-se a reunião da conferência preparatória da Organização das Nações Unidas; estipulou-se o supervisionamento dos "três grandes" no futura constituição dos governos dos países de Leste (ocupados pelo Eixo); e, finalmente, estabeleceu-se a quantia de 20 000 milhões de dólares como base das reparações da guerra a pagar pela Alemanha.
Embora já não fosse considerada uma potência mundial, devido aos prejuízos da Segunda Guerra Mundial, a França foi incluída nas negociações de divisão do território alemão. Com esta participação na divisão da Alemanha, esta antiga potência ganhava prestígio e reforçava a representação da Europa e o seu poder nestas negociações. Desta maneira, continha-se o socialismo e o poder da URSS, tal como se mostrava ao mundo que, apesar de destruída pela guerra, a Europa tinha ainda influência e poder nas decisões internacionais.

Fig.1 - Divisão do território alemão pelas quatro potências.


Alguns meses mais tarde, em finais de Julho, reuniu-se em Potsdam, junto de Berlim, uma nova conferência com o fim de consolidar os alicerces da paz. A Conferência de Potsdam decorreu num clima bem mais tenso que o de Ialta. Vencida a Alemanha, renasciam as desconfianças face ao regime comunista que Estaline representava e às suas pretensões expansionistas na Europa. Por isso, a conferência limitou-se a ratificar e a pormenorizar os aspectos já acordados em Ialta: a perda provisória de soberania da Alemanha e a sua divisão em quatro áreas de ocupação; a administração conjunta da cidade de Berlim, igualmente dividida em quatro sectores de ocupação; o montante e o tipo de indeminizações a pagar pela Alemanha; o julgamento dos criminosos de guerra nazis por um tribunal internacional; a divisão, ocupação e desnazificação da Áustria, em moldes semelhantes aos estabelecidos para a Alemanha.


Fig.2 - Conferência de Ialta.

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