O projecto ficou acordado na Conferência de Teerão, em 1943, e foi, depois, ratificado em Ialta, onde se decidiu a convocação de uma conferência com o fim de redigir e aprovar a Carta fundadora das Nações Unidas. A conferência iniciou-se no dia 25 de Abril de 1945, na cidade de São Francisco, e contou com a presença dos delegados de 51 nações que afirmaram, na Carta das Nações Unidas, a sua vontade conjunta de promover a paz e a cooperação internacionais.
Segundo a Carta, a ONU foi criada com o intuito de:
- Manter a paz e reprimir os actos de agressão, utilizando, tanto quanto possível, meios pacíficos, de acordo com os princípios da justiça e do direito internacional;
- Desenvolver relações de amizade entre os países do Mundo, baseadas na igualdade entre os povos e no seu direito à autodeterminação;
- Desenvolver a cooperação internacional no âmbito económico, social e cultural e promover a defesa dos Direitos Humanos;
- Funcionar como centro harmonizador das acções tomadas para alcançar estes propósitos.
Fig.2 - Sede da ONU, em Nova Iorque.
A Carta das Nações Unidas e a Carta da Sociedade das Nações eram, portanto, muito diferentes. Enquanto que a Carta da SDN se focava mais sobre questões territoriais, distribuição de territórios, a Carta da ONU focava-se mais nos Direitos do Homem e na sua defesa. Sob o impacto do holocausto e disposta a impedir, no futuro, as atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, a ONU tomou uma feição profundamente humanista que foi reforçada pela aprovação, em 1948, da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que passou a integrar os documentos fundamentais das Nações Unidas.
A Declaração ultrapassa, em muitos aspectos, a anterior Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (revolução francesa, 1789), pois, ao contrário daquele documento, não se limita a definir os direitos e as liberdades fundamentais (direito à vida, liberdade de reunião, associação, expressão, etc.). Atribuiu-se um importante espaço às questões económico-sociais (direito ao trabalho, ao descanso, ao ensino...), por as considerarem imprescindíveis a uma vida digna e verdadeiramente livre. Defendendo ainda a autodeterminação dos povos, preparava o mundo para a primeira vaga de descolonizações, que ditaria o fim do poder total de uns e o começo da liberdade de outros.
Fig.3 - Símbolo da ONU.
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