segunda-feira, 22 de março de 2010

A oposição ao Regime

Quando a Alemanha foi derrotada na Segunda Guerra Mundial. a esperança de um país mais democrático chega a Portugal e o clima de optimismo invade todos aqueles que se opunham ao Estado Novo. Formou-se, então o MUD - Movimento de Unidade Democrática, que congregou as forças até aí clandestinas da oposição. Este movimento deu início à oposição democrática, termo que designa a oposição legal ou semilegal ao Estado Novo, a partir de 1945, que aproveitava a relativa abertura proporcionada pela revisão constitucional desse mesmo ano para ganhar maior visibilidade, sobretudo nas épocas eleitorais. O desagrado perante o regime era tal que se reuniram 50 000 assinaturas e as adesões alastraram por todo o país.

Para garantir a legitimidade do acto eleitoral, o MUD formulou algumas exigências, que considerava fundamentais: o adiamento das eleições por seis meses (tempo suficiente para dar a conhecer à população as propostas do Movimento e para se instituírem partidos políticos), a reformulação dos cadernos eleitorais e a imprescindível liberdade de opinião pública, de reunião e de informação. No entanto, as esperanças caíram por terra. Nenhuma das reivindicações do Movimento foi satisfeita e este desistiu, à boca das urnas, por considerar que o acto eleitoral, em tais condições, não passaria de uma farsa. As listas de adesão ao MUD, que o Governo requereu a fim de "examinar a autenticidade das assinaturas", forneceram à polícia política as informações necessárias para uma repressão eficaz e cirúrgica: muitos aderentes ao MUD foram interrogados, presos ou despedidos do seu trabalho.

As eleições que se seguiram, com as candidaturas de Norton de Matos e Humberto Delgado, foram, igualmente, boicotadas e o Estado Novo manteve-se, aparentemente, intacto. Mas a oposição era, agora, uma realidade e preparava-se para se libertar de toda a repressão vivida até aí.


Fig.1 - Revista Time mostrando a "maçã podre" que era Portugal. O país aparentava passar por um período de prosperidade, mas o que realmente se passava não era passado ao resto do mundo: a repressão, a manifestação cada vez mais generalizada dos opositores, mas, acima de tudo, a ânsia por liberdade.

Sem comentários:

Enviar um comentário