segunda-feira, 3 de maio de 2010

A hegemonia político-militar dos Estados Unidos da América

No início dos anos 90, o fim da Guerra Fria trouxe ao mundo a esperança de uma época nova, de paz e cooperação entre nações. George Bush (pai) tomou a voz dessa esperança, defendendo a criação de uma "nova ordem mundial" orientada pelos valores que, em 1945, tinham feito nascer a ONU. Ao invocar-se esta ordem, as Nações Unidas aprovam uma operação militar multinacional com o fim de promover a autodeterminação do Kuwait, pequeno país petrolífero do Golfo Pérsico, invadido, em Agosto de 1990, pelo Iraque.


Fig.1 - Localização do Iraque e do Kuwait.


A libertação do Kuwait - conhecida como Gerra do Golfo - iniciou-se em Janeiro de 1991 e exibiu a superioridade militar dos Estados Unidas perante o mundo que assistia à situação em directo nas televisões. O exército irquiano não conseguiu resistir às sofisticadas tecnologias de guerra americanas.


Este primeiro conflito logo após o fim da Guerra Fria inaugurou a época da hegemonia mundial americana. Já que a URSS, o Japão e a União Europeia não detinham condições para se opôr aos EUA, estes não encontraram rivais de vulto na cena político-militar. Única superpotência, os EUA têm sido considerados, na última década, os "polícias do Mundo", em virtude do papel preponderante e activo que têm desempenhado na geopolítica do Globo. Deste forma:


  • multiplicaram a imposição de sanções económicas (interdição de venda de produtos tecnológicos, alimentares, ...) como recurso para punir os "infractores", quer se trate da violação de direitos humanos, repressão política, suporte de organizações terroristas ou agressões militares;
  • reforçaram o papel da OTAN, que, com o fim do comunismo na Rússia e a dissolução do Pacto de Varsóvia, teria, à partida, perdido a sua razão de existir. Contrariando a sua vocação defensiva, a OTAN atribuiu a si própria, desde 1991, a função de velar pela segurança de Europa, recorrendo, sempre que necessário, à intervenção militar armada;
  • assumiram um papel militar activo, encabeçando numerosas intervenções armadas pelos motivos mais díspares, desde as causas puramente humanitárias, ao combate ao terrorismo, que motivou a intervenção no Afeganistão, em 2001, ou à destituição de regimes repressivos que, alegadamente, constituem uma ameaça à paz mundial.

Fig.2 - George Bush (pai).

Fig.3 - Goerge W. Bush (filho).

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