Durante a República, as desvalorizações da moeda foram frequentes, a balança orçamental tinha saldo negativo (mais importações do que exportações), havia escassez de produtos e inflação. Toda esta conjuntura resultava de dificuldades económicas herdadas dos finais da monarquia, como uma indústria atrasada e insuficiente, o comércio atrofiado e o predomínio da agricultura. Portugal era um país pouco desenvolvido e que pouco usufruia dos seus recursos, evoluindo pouco e atrasando-se em relação ao resto da Europa. E, com a entrada na Primeira Guerra Mundial (Março de 1916), toda a situação económica se agravou: procedeu-se à especulação e racionamentos, a dívida pública aumentou, tal como o custo de vida, sobretudo para os que viviam de rendimentos fixos (enquanto que os preços no mercado aumentavam, os salários dos trabalhadores mantinham-se, deixando de acompanhar a subida dos preços, o que diminuiu o poder de compra ).
Esta situação económico-financeira gerou agitação e descontentamento social entre os assalariados e classes médias, ameaçados pelo desemprego e prejudicados pelo custo de vida. As classes populares (operariado e campesinato) viviam na miséria, com empregos precários, baixos salários, sem protecção social e, portanto, sujeitos à exploração do patronato. Entre 1919-1920 surgiu, por isso, o sindicalismo português, através de greves e manifestações, por vezes violentas.
Quanto à instabilidade política, desde o início que a República testemunhou a oposição ao regime. A Igreja, revoltada com o anticlericalismo e o ateísmo cientista e maçónico dos republicanos, tem a apoiá-la o país extremamente católico e conservador. Os proprietários e capitalistas (finanças, indústria e comércio), descontentes com o carácter demasiado popular e social da legislação republicana, receosos da onda de ameaças bolcheviques, não se mostravam interessados em colaborar com o regime. As classes médias, desgastadas com a desordem e temendo o bolchevismo e a proletarização da sociedade, ansiavam por um governo forte.
Como resultado de toda esta situação, a República cai a 28 de Maio de 1926 através de um golpe de Estado.
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