"Não lhe dês o peixe. Dá-lhe a cana e ensina-o a pescar." Após um pequeno debate em aula chegámos a esta conclusão. Em vez de ensinar os países menos desenvolvidos a sobreviverem, estamos a fornecer-lhes aquilo de que precisam e a explorá-los. Esses países tornam-se palcos de miséria, como é o caso da África, o "continente de todos os males". Este continente tem sido atormentado pela fome, pelas epidemias, por ódios étnicos e ditaduras ferozes. Tudo se transforma num ciclo vicioso de corrupção e pobreza do qual é muito difícil sair. Enquanto isto, os países ricos continuam na sua rotina desprevenida de deitar fora excedentes, extrair recursos do sub-solo, importar petróleo, tabaco e produtos manufacturados, sem olhar a quem é escravo deste injusto sistema.
Fig.2 - Caricatura: "Não, não nos dêem dinheiro... Ensinem-nos a ser ricos."
Fig.2 - Caricatura: "Não, não nos dêem dinheiro... Ensinem-nos a ser ricos."
África é um continente rico em minerais, ouro, diamantes e petróleo e tem, no entanto, um PIB global pouco superior ao da Bélgica. Desde sempre muito débeis, as condições de existência dos Africanos degradaram-se pela combinação de um conjunto complexo de factores, dos quais se destacam:
- o crescimento acelerado da população, que abafa as pequenas melhorias da escolaridade e nos cuidados de saúde, por exemplo, aumentando a dependência do estrangeiro em alimentos e bens manufacturados;
Fig.3 - Desenho de mulheres africanas.
- a deterioração do valor dos produtos africanos. O progressivo decréscimo dos preços das matérias-primas reduziu a entrada de divisas e tornou ainda mais pesada a disparidade entre as importações e as exportações;
Fig.4 - Caricatura: "13 milhões de refeições foram deitadas fora porque a FEMA deixou de ter espaço para armazená-las."
- as enormes dívidas externas dos Estados africanos. A obtenção de empréstimos junto das potências ocidentais e dos seus organismos (FMI, Banco Mundial) originou um círculo vicioso de juros e novos empréstimos que consome uma parte elevada do rendimento nacional;
Fig.5 - Conflitos armados em África.
- a dificuldade em canalizar investimentos externos e a diminuição das ajudas internacionais. Com o fim da Guerra Fria, as nações desenvolvidas perderam o interesse em aliciar os países africanos. Os programas de ajuda diminuíram, em parte sob o pretexto de que os fundos eram desviados para a compra de armas e para as contas particulares de governantes corruptos.
Fig.6 - Criança africana.
Eles continuam à espera...